quinta-feira, 4 de agosto de 2011

QUINTA DE POESIA

   


        NOSSA

Não os lírios
Os que me olham tristes
Nem os olhos da deusa muda
Nem os livros empilhados
Sobre a mesa-de-cabeceira
Nem o cheiro da poluição
Que vem da rua...
Para cada um,uma solução simples:
Jogam-se fora as flores 
Vira-se o rosto da estátua
Contra a parede
Põem-se os livros na biblioteca
Fecham-se as janelas
Liga-se o ar condicionado
E volta-se ao silêncio do ruido branco.

Ao mesmo ensimesmamento se retorna
O que jamais te havia abandonado
Quando notaste o vaso co´as flores tristes
E os olhos de glaucoma congênito da deusa branca
E tudo que de novo e velho os livros te diziam
E,como ràpidamente a humanidade se contamina
E se asfixia em todos estes gases
Gerados pelo crescimento exponencial
Da nossa insensibilidade.
(Apaga-se o AC,abrem-se as janelas).   

 Devon,16.7.11

 Paulo Corrêa Meyer
                                                       

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