quinta-feira, 20 de setembro de 2012

QUINTA DE POESIA




Obra de Gerhard Richter



HORIZONTE



Ninguém me avisou
Da finitude do espaço
Quando, distraidamente,
Meu último passo
Foi além dos limites das águas
E me vi caindo neste vazio
One desaguam todos os oceanos.

Ninguém me comunicou o fato
Da Terra, de novo, ter-se tornado plana
E que todas as viagens tinham de ser
Contornando dos Continentes as costas
E os aviões tinham de voar bem baixo
Pelo medo do perigo de que o Planeta
Inventasse um novo e bizarro movimento.

Agora,que caio junto com esta cascata
Imensa de intermináveis águas,
Me vejo com tempo suficiente prá pensar
Quāo absurda fôra aquela idéia
De formar este mundo feito uma esfera
Onde ninguém pudera jamais chegar
Ao Horizonte...

Paulo Corrêa Meyer

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