quinta-feira, 14 de agosto de 2014

QUINTA DE POESIA









     
                               BREVIDADE

Quando me surpreendo a olhar o teto do meu quarto,
Braços cruzados sobre a cabeça para que ela
Não se desprenda dos meus ombros e suba indecisa,
Como um balão quase exaurido de hélio, à alturas
Que vão além de todas as mensuráveis distâncias
Que eu poderia julgar com acuidades visual e de inteligência,
Que agora confundem estes devaneios com desertos, florestas e mares,
É que me vejo perdido desta vida mas
Sentindo o cheiro  e a luz deste deserto de águas e troncos
E ramos e folhas numa sopa que meus sentidos fazem
Uma heterogênea massa, disforme e distorcida visão
Duma galáxia que é incompreensível por causa da simples
Brevidade do tempo.

Devon, 12/8/2009


Paulo Corrêa Meyer



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