JUNTO À BRUMA
As cores de Roma nesta hora do dia
Tons de ocre, Ave Maria
O frio da bruma de Paris nesta noite
Em que uma mulher na rua caminha
Momentaneamente sozinha
Do rádio os sons estão vindo
Do quarto da minha avó
Philco com antenas, galenas,
Coisas assim e ela ouvindo
Novelas, jogos de futebol e oh!
Torcendo pelo Grêmio e as arenas
Se comparavam em nada
Co’ as de agora, não!
E, como num conto de fada,
Me transporto
do então
Corro pelas minhas vidas
Meses, anos, décadas eu salto
Memórias das transmissões retidas
Em tudo o que aprendi
Entendi bem, mal entendi
Agora nesses mares de assalto
Marés de sangue que jorram
Como artéria desatada
De rutilante vermelho borram
O ocre das cores de Roma
E respingam na tua face que toma,
Junto à bruma fria de Paris,
Lágrimas de sangue.
Paulo Corrêa Meyer
Wayne: 22/11/2015.
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