ÁGUAS
Sutil é o começo do amor -
só o acaso abraça seu destino.
Ao colher a mão que distraída abandonaste,
molhei meu rosto na nascente
de teu corpo.
Quando beijei teus lábios,
neste súbito e eterno gesto
como a inspiração primeira,
conscientemente me lancei no afluente
de teu vulto.
E por ele me deixei levar
à essência de teu ser -
torrente onde entre pedras e remansos,
aturdido, sobrevivi.
Agora em paz, flutuo no lago de teus olhos.
Dá-me outra vez a mão e alcançarei o mar.
D. O. d’Avila
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