VALE A PENA LER DE NOVO!!!
Em época de festas, a receita de um doce tradicional! E se é em forma de poesia, melhor!!!
Baba de Moça
Escolher,
no galinheiro, dez ovos grandes e do dia.
Romper,
separando as gemas com cuidado.
Colocá-las,
dez pingos de sol, no alguidar
de barro.
Numa
panela, que terá neste doce seu único destino,
dez
colheres de açúcar, altas como os Andes .
Uma
de inhapa.
Água
o suficiente, fogo moderado.
O ponto? Leve, de doçura transparente.
Nas
gemas, a calda, em gotas cuidadosas.
Colher
de pau, que, para isso, não há outra .
Voltar
ao fogo como se volta à casa.
Mexer
com paciência de pássaro fazendo ninho.
Quando
raios de prata surgirem no amarelo,
descansar
a mão e o doce.
Então,
quietude.
É
fundamental como beleza no verso do poeta.
Depois
de frio, verter em taças delicadas.
Ana Mariano
Olhos de Cadela
L&PM 2006.
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