Açude
Na linha de pedra, memórias úmidas penduradas.
Patas de petiço baio pingando sol
e uma menina catando lambaris.
Memórias antigas,
de quando a poesia andava solta.
Na linha de pedra pôr do sol aos pares
e a noite, pesada de estrelas.
Olhos de jacaré espiam a lua nova
e cascas de caramujo falam no mar,
primo distante, por parte de pai .
Murmúrios de macegas escondem nosso abraço
e meu corpo virando água.
Na linha de pedra, memórias úmidas penduradas,
São memórias comuns. Dessas, que dão no campo.
Ana Mariano
L&PM 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário