Esta sexta-feira não é azul, mas traz as cores suaves do trabalho do pintor gaúcho Antonio Gutierrez ( 1934-2004), nas suas naturezas mortas e nas paisagens da nossa campanha. É uma seleção linda de obras e elas podem ser apreciadas até o dia 23 de setembro.
"No mês de setembro, a Galeria de Arte
Paulo Capelari retoma o projeto Sala Especial homenageando pintor
Antonio Gutierrez. A mostra inaugura no próximo dia 04, às 9h, no espaço
localizado na Rua Coronel Bordini, 665, em Porto Alegre, e permanece aberta até
23 de setembro.
Nascido no então vilarejo de Maçambará,
município do Rio Grande do Sul, o pintor Antônio Gutierrez (1934-2004 estudou com Valdeni Elias. Figurou no
Festival de Artes Plásticas Contemporâneas em Porto Alegre, em 1960, e nas
mostras 14 Artistas Gaúchos na Galeria Macunaíma, em 1963, e Arte Hoje no Rio
Grande do Sul, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1966.
A pesquisadora Marilene
Pieta afirma que ele, ao lado de Waldeny Elias, seria o grande responsável
pela introdução da arte moderna no Rio Grande do Sul aos tempos em que o
Estado, ainda acanhado, voltava-se quase exclusivamente à pintura mais
acadêmica.
“Gutierrez foi um dos
mais importantes artistas gaúchos da segunda metade do século 20”, ressalta o
galerista Paulo Capelari, responsável pela curadoria da mostra. A seu respeito, disse Carlos Scarinci, em 1966: “(...) colorista sutil
que, em composições equilibradas, exprime uma paz e uma nostalgia construídas
com a mistura quase inesperada de objetos cotidianos”.
Mestre na técnica hoje
pouco conhecida da têmpera a ovo (uma combinação de pigmentos, água, resina e
gema de ovo), Gutierrez dedicava-se, sobretudo, às naturezas-mortas e às
paisagens pampeanas, eventualmente com um viés fantástico, entre o surrealista
e o metafísico. Em seu Dicionário de Pintores Brasileiros (1986), o crítico
Walmir Ayala destacava o clima enigmático de suas composições:
"Despojamento e concisão marcam a visão ambígua de sua cenografia, na qual
a natureza contracena com os objetos, tecendo um tempo de mistério e
reflexão".
Gutierrez nasceu e
criou-se em Maçambará, a 593 quilômetros de Porto Alegre. Aos 23 anos,
transferiu-se para a capital, onde foi aluno de Iberê Camargo. Militante de
esquerda, foi preso e torturado em 1964. Decidiu então retornar ao Interior e
passou a viver recluso em um sítio na região de Maçambará, criando gansos,
produzindo vinho de laranja e cultivando cactos. Embora afável, preferia a vida
de ermitão. Em raras ocasiões, deslocava-se para Porto Alegre (sempre de
ônibus), para rever a mulher e as três filhas. Em setembro de 1996, mereceu uma
grande retrospectiva nas pinacotecas do Margs, na capital gaúcha, com 70
pinturas suas, cobrindo um período de mais de 30 anos. Faleceu
em 31/12/2004, em Porto Alegre, aos 70 anos de idade".
Fotos: minhas
3 comentários:
Eu tenho uma xilogravura de Gutierrez, quero vender.
Quero vender uma xilogravura de Gutierrez, adquiri em Itaqui RS, ano 99 ou 2.000.
Voce ja vendeu?
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