SIMPLESMENTE
Quero
do tempo fazer nada.
Quero
uma vida de eremita.
Quero ser o alquimista,
na solidão
a misturar palavras,
em busca da mágica centelha
em que a proporção exata de
elementos
ative o brilho da invenção.
Quero
forjar do espaço abstração.
Quero
criar a arquitetura
da ilusão,
que ostente a solidez da cidadela
em palavras
e que me abrigue da barbárie
cotidiana.
Quero, em verdade,
ser apenas
um poeta.
D. O.d’Avila
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