Ouvindo teu silêncio
Teria eu ouvido um tal silêncio teu, outrora?
Talvez tenha sido quando aquele meu sentido
De prestar atenção às minúcias desta vida
Estivesse distraído, porque meu coração voava?
Mas há que confessar ser ele agora um delicado orgão
Sensível aos trancos e barrancos desta estrada
Que não é fácil de andar, sem que para trás se olhe
E, quando, esperançoso, me torno e não a vejo
Então minha visão se alonga, além da curva já passada
E os fantasmas que eu vejo além do vale
Alguns carregam ainda em suas sempre jovens faces
As expressões que se, com cuidado, eu olhasse
Seriam aquelas mesmas do meu tempo de felicidade.
Mas se agora o coração se torna assim tão emotivo
E arde não mais que moribunda chama
É porque os gestos e mesuras se tornam um motivo
De o fazer chorar pela incompreensão humana.
Paulo Corrêa Meyer
Paoli,5/3/2006.
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