quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

QUINTA DE POESIA







 MEMÓRIA DO INOCENTE AMOR

A primeira vez que toquei tua mão
Ah, como eu queria! e te mostrar
Com meus dedos toda a afeição que eu tinha
Ou, seria amor o que o coração sentia?
E fiquei sem saber pois que ele inda dormia...
Mas foi quando o teu olhar chegou ao meu
Que eu me soube perdido no meio daquele dia

E, depois, foi encontrar em vigília o sonho
Do teu rosto, teus cabelos, tua blusa vermelha
Teus olhos verdes, tua boca e admirável centelha
Do teu sorriso e o mover da tua saia plissada
A cor da fita da cabeça a combinar com tudo
O que eu pensava ser um dom de feminino senso
Que nós, desorientados machos, jamais compreenderíamos


Foi um tempo de diurno e noturno encanto
Que, na distância de agora, mal quero relembrar
Quando me disseste, sem qualquer rodeio
Que meu secreto mas dolorosamente óbvio amor
Não devia ser parte daquele esperançoso anseio
Pois não era por ti nem um pouco retornado

Guardo cara a memória dum sentimento sem rancor
Apesar da certeza de ter sentido o coração
Dilacerado, assim, pela primeira vez.

Paulo Corrêa Meyer

2008




Imagem: browndresswithwhitedots

Um comentário:

Anônimo disse...

Teria visto esta bela foto someplace else, Maninha?
Continua bonita e intrigante.