quinta-feira, 15 de outubro de 2015

QUINTA DE POESIA

                 

         
                                                                                


Poema do amor sem ninguém

Este poema de amor
é bilhete sem destino
Não sei a quem entregá-lo
Nãonome no envelope
nem rua, nem direção
Ternura jogada fora
saudade apenas, sem fatos
que se possam recordar
este poema de amor
reincidente e insano
joga sal no oceano
transpira lençóis de insônia
esboça os traços de um rosto
traceja a forma de um corpo
apaga, torna a fazer.
Vento vago que levanta
e  logo depois deposita
palavras soltas, papel
este poema
(eu mesma)
este poema é ninguém.

Ana Mariano




Imagem via: Tearingthepages

Nenhum comentário: