ARDIL DA MEMÓRIA
Primavera em Princeton e
há flores por tudo!
Clima suave, mas nem tanto assim...
A tarde
acabando, as crianças correndo,
e na sala os adultos a falar
sobre nada, à espera
da noite que logo virá.
No sofá, o perfil da filha querida
-
a mão que vai à cabeça, alisa
o cabelo sobre a orelha e desce,
enlaçando a outra
sobre a perna cruzada –
que torna à figura da mãe na
infância
guardada. E eu,
de três gerações espectador atônito,
a vi como outrora!
Num instante, o passado presente.
Susto e prazer. Surpresa e
alegria.
Segredo fugaz, com ninguém
compartido.
Ardil da memória a mim revelado -
furtivo milagre da vida.
D. O. d'Avila
Foto: minha
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