VOZ
A primeira noite do menino
Do ventre materno fora
E já entre nós agora
Entre nós... Entre!
Enrolado em panos de presente
Alçado ao calor dos seios, eis que sente
Na cabeça e no corpo os dedos
Das mãos da mãe que, entāo, sem medos
Lhe examina e volta a lhe examinar...
E, depois, os dois ficam a se cheirar
Os cheiros do mundo a se integrar
Aos sons que ouve, mas primeiro dela a voz
Agora sem a distorção do seu líquido berço
Não mais parte de um, mas de um terço...
A primeira noite do menino
Tão pequenino mas que é a forma
Do amor que o cerca e do seu destino
Um ser que, inimitavelmente, único se torna.
Paulo
Corrêa Meyer
New
York 13/10/2007
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