quinta-feira, 4 de agosto de 2016

QUINTA DE POESIA







ODE ÀS TEMPESTADES DA MEMÓRIA

Há sempre uma tempestade vindo
Sons do rádio ou da televisão
Da outra sala, palavras ininteligíveis
Mas supostamente coerentes
Além do alcance da tua audição
Que se tornam murmúrios
Não como aqueles que escutas
Ao pé do ouvido
Quase incompreensíveis também
Não fosse o contexto
A proximidade física do foi dito
Não só no tempo como no espaço
Sentimento antagônico
À estas tempestades do subconsciente
Que querem te falar mas chegam
A ouvidos feitos moucos por necessidade
Esta mesma que meu pai dizia
Ser de caráter essencial
A de esquecer o que for possível
Porque é impossível o esquecer.

Paulo Corrêa Meyer

Wayne, 19/7/2016.

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