quinta-feira, 19 de junho de 2014

QUINTA DE POESIA


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                MÁSCARA

O beijo dela era na esperança
De que seus lábios não fossem
Nem sequer tocados
Jamais dado, sempre recebido
E com o receio de que o plano
Dos lábios fosse ultrapassado
Num ultraje oral medrosamente
Antecipado
O beijo dela era um estudo
De contida apreensão:
Nunca imaginados traços de paixão
O beijo dela era algo pertencente
À uma cláusula estatutária
Como alguém quando criança
Forçado a beijar uma máscara
Mortuária.


Paulo Corrêa Meyer

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